cafeina

Consumo de cafeína X gravidez
Isy Faria, estagiária de nutrição da Nutrociência

A cafeína é uma metilxantina encontrada em alimentos tais como o café, guaraná, chás, chocolates, refrigerantes à base de cola e em alguns medicamentos como analgésicos, antigripais e inibidores de apetite, que são produtos habitualmente consumidos mundialmente . É o estimulante do sistema nervoso central mais consumido em todo o mundo.
Já a partir da década de 70, estudos animais indicavam relação entre problemas típicos da gestação e pós-parto (retardo de crescimento intra-uterino, aborto espontâneo e baixo peso ao nascer) com o consumo de cafeína por gestantes. A partir destes estudos, na década de 80, a Food and Drug Administration (FDA) orientou que fosse evitado ou diminuído o consumo de cafeína por parte das gestantes, o que ainda prevalece nos
Estados Unidos .
Como particularidade, a cafeína em mulheres grávidas tem sua meia vida aumentada, podendo permanecer em circulação de 7 a 10 hs, enquanto que em mulheres não grávidas este tempo corresponde à 2,5 hs a 4,5 hs. Esta substância é capaz de atravessar a barreira placentária e pode ser encontrada em quantidades substanciais no plasma de recém-nascidos.
Estudos demonstram que uma elevada concentração de cafeína no organismo promove aumento do nucleotídeo adenosina monofostato cíclica (cAMP) que pode interferir no crescimento e desenvolvimento das células fetais. Além disso, a cafeína possui efeito vaso constritor, o que poderia diminuir a oferta de oxigênio para o feto.
Apesar de um número bastante alto de estudos investigarem a relação entre consumo de cafeína e problemas recorrentes ao feto e ao recém-nascido, não se confirma tal efeito prejudicial da cafeína. Há forte correlação apenas entre o hábito de fumar e problemas na gestação.
Este resultado pode ser decorrente de vieses dos estudos, como quantificação de ingestão do alimento que contem a cafeína e não da cafeína propriamente dita, exclusão