O closet
“O Closet” conta a história de François Pignon (Daniel Alteuil) um contador imponente, de baixa autoestima que trabalha em uma fábrica de borracha, onde o principal produto é o preservativo. Um dia, o presidente da empresa resolve reduzir o quadro de trabalhadores, e Pignon torna-se uma das vítimas. Na tentativa de salvar o seu emprego, seu novo vizinho Belone (Michel Aumont) dá a sugestão dele se passar por homossexual, pois assim a empresa terá medo de demiti-lo, porque poderá acarretar em um processo por descriminação, assim produzindo uma publicidade negativa para a empresa.
O filme consegue ser engraçado sem ser apelativo, como comumente vemos nas comédias americanas, ainda mais por tratar de um tema delicado que é o preconceito aos homossexuais. É muito claro no filme, o preconceito que Pignon sofre, principalmente por um de seus chefes, Félix Santini (Gérard Depardieu) que usa expressões ofensivas ao se referir a seu colega de trabalho. Uma abordagem interessante do diretor é quando ele mostra como o preconceito está na cabeça das pessoas. Antes Pignon era imponente, sem graça, e agora sendo homossexual ele se torna interessante. É como um personagem no filme fala: “o que muda é o olhar dos outros”. Um momento, Santini é truculento, mas com a pressão social daquele ambiente, o poder de persuasão, ele se torna “amigável” a fim de salvar o seu emprego, ou seja, nesse caso a influência do grupo muda o estereótipo, e ele tem que se conformar com a situação.
É interessante relatar a ideia brilhante do diretor ao nomear o filme de “O Closet” que, faz uma alusão à famosa expressão “sair do armário”, ou seja, revelar a homossexualidade. Enfim, o filme mostra como a sociedade é hipócrita mostrando essa tentativa de não ser preconceituoso, em não discriminar. Brilhante, inteligente e divertido, assim é caracterizado esse filme, pois ele consegue a proeza de brincar com um tema tão delicado sem ser