O cidadao de papel

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Chegamos ao final de nossa viagem pelas engrenagens da crise social brasileira e a fragilidade da cidadania. Vimos que a crise afeta todo mundo, mas de um jeito diferente. Algumas pessoas acham que os ricos estão seguros. Afinal, eles têm dinheiro, casa, carro e boas escolas. Mas, será que dá para alguém se sentir seguro com tantos sequestros, assaltos e violência? Se estivesse bem, ninguém iria para Miami ou se esconderia em casas que têm tantas cercas que mais parecem cadeias.
Com a crise, cada um vive um tipo de drama. Em 1989, a prefeitura de São Paulo fez um levantamento para saber quem morava nas ruas da cidade. Encontraram 329 locais de moradia ao relento. O mais incrível é que 87% dos entrevistados já tinham trabalhado com carteira assinada. Desse pessoal, 27% haviam perdido seus empregos há menos de um ano e 38% há menos de dois anos.
Até recentemente, quase todas as famílias menos pobres mandavam seus filhos para escolas particulares. Agora, pais e mães amanhecem na frente de escolas públicas atrás de uma vaga.
Mas não foi a escola pública que melhorou de nível. Foi o salário da classe média que caiu tanto que não sobra mais dinheiro para pagar escola particular.
Uma pesquisa de opinião feita no Hollywood Rock, em São Paulo, mostrou que os jovens estão preocupados com esse problema. Entre os assuntos que mais interessavam para eles estava a qualidade do ensino, apontada por 70% dos entrevistados.
O Ministério da Educação fez testes de Português e Matemática em escolas públicas para ver se os alunos estavam aprendendo o mínimo exigido para cada série.
Os pesquisadores constataram que estudantes do primeiro grau terminavam o ano aprendendo menos da metade do que deveriam. As crianças vão pior em
Matemática e baixam de nível a cada série. Na primeira série, aprendem 51, 9 % do que é ensinado e na sétima série, só 28, 7%.
Num teste feito em vários países para saber como os estudantes se saem em
Matemática e Ciências, o Brasil ficou

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