O capítulo 2 do livro "A Construção do Saber" de Christian Laville e Jean Dionne
Nas ciências naturais os objetos de estudo são elementos da natureza, os fatos são repetitivos. As experiências podem ser medidas e quantificadas, pois há exatidão nos resultados devido os objetos de pesquisa poderem ser controlados. O pesquisador não influencia nas reações do desenvolvimento da pesquisa. Para isso, o livro nos dá o exemplo da queda das maçãs, segundo Newton, onde se soltam da arvore e inevitavelmente caem no chão, testemunhando a precisão da lei da gravidade universal. Fato que o pesquisador não pode influir, ele é apenas um verificador e observador, somente constatando os fatos, ficando, desta maneira, imparcial.
Já nas ciências humanas os objetos de estudo são os homens, suas relações afetivas, culturais e sociais. A precisão é impossível de se obter já que não se pode medir nem quantificar as ações e reações, pois os objetos de estudo são livres e ativos, tomam suas próprias decisões. É interessante notar o exemplo dado no livro para entendermos a diferença de reação sob observação de um elemento natural (ciências naturais) e de um elemento humano (ciências humanas). Em ciências naturais, calcula-se corretamente que um eclipse do Sol acontecerá a tal dia, há tal hora, qualquer que seja a situação experimental seguida, é duvidoso supor que o eclipse escolhesse apresentar-se em outro momento. Não é o caso para os seres humanos, para quem a situação experimental pode causar modificações nos comportamentos diferentemente esperados. Desse modo,