O Brasil Caipira
Inicialmente só se falava a língua geral. As técnicas de lavoura também quase não se diferiam das dos índios. Seus luxos eram uma culinária mais fina, a posse de alguns instrumentos de metal, armas e na atitude arrogante. Assim, eram mais dispostos aossaqueios do que à produção. Eles tinham um disciplinamento militar superior e seajustavam ao sistema mercantil mais facilmente. Os índios capturados não eramsubmetidos a uma disciplina rígida de trabalho, mas não podiam se organizar em família.Os novos paulistas não queriam ser vistos como índios, mas participar da sociedade deconsumo e se tornar classe dominante. Inicialmente usavam os índios para trabalhar emsuas vilas, depois passaram a vende-los ao nordeste açucareiro e então a ir buscá-los terraadentro.No começo do século XVII atacaram prosperas missões jesuíticas no Paraguai. Ospaulistas saquearam seus bens e aprisionaram seus índios. Eles se especializaram comohomens de guerra. A sociedade se organizava mais como chefe e soldado do que como senhor e escravo. A família era patricêntrica e poligínica e o relacionamento entre raçasera licre. Darcy compara os paulistas a novos romanos, que se impunham e subjugavamos povos conquistados.
São Paulo foi a edificação de uma entidade étnica, com gente desgarrada das tribos, quenascia ligada a uma sociedade e cultura exógenas por ela conformada e dela dependente.O Brasil, graças aos paulistas, foi antes exportador que importador de escravos. Ospaulistas sonhavam encontrar ouro nas entradas ao sertão, conseguinto até o apoio daCoroa para tal. Assim, descobriram as zonas de mineração em Minas, Mato Grosso eGoisás. Formaram-se arraiais que se tornariam vilas e depois cidades ricas como VilaRica, Cuiabá, Vila Bela e Goiás. A guerra dos Emboabas em 1710 foi um conflito entreos paulistas e os povos das outras regiões pelo ouro. Somente um década depoiscomeçou-se a criar ações para dirimir esses conflitos. Começam a estourar conflitos entreo empresariado