Cultura Caipira
Quem é o caipira? O da paulistânia. Não se trata daquele sujeito de hábitos não civilizados, ligado à timidez, à falta de refinamento ou de informação, que pejorativamente chamamos de caipira, mas de um dos personagens mais característicos na formação de nossa gente. É aquele morador que sobrou dos primórdios da colonização de São Paulo, resultado do cruzamento do português com as índias. O homem ligado ao campo que possui uma identidade e cultura própria - o que de fato era verdade, até meados do século 20, quando os meios de transporte e comunicação de massa interferiram nos costumes locais e regionais, padronizando-os a partir de modelos urbanos.
ORIGEM
300.000 pessoas acorreram para o ciclo do ouro. Quando o ouro se acabou, a diáspora espalhou essa gente, para áreas de novas minas (Goiás e Mato Grosso), mas muitos foram ficando. Fizeram roça, plantaram milho, criaram porco, galinha e vaquinhas. O queijo também fazia parte de seus fazimentos. Eis o povo caipira. Alguns se fizeram fazendeiros, latifundiários, exportadores; mas a maioria saiu do mercado, vivendo em suas rocinhas, produzindo para si mesmos. Os orgulhosos bandeirantes, agora atrofiados, se transformaram nos caipiras.
Esta gente andeja perambulou por aí, com o sertão no horizonte e um sonho fixo na mente. Falavam a língua geral, uma elaboração dos jesuítas, sobre o tupi guarani.
Como a população era escassa e móvel, os assentamentos populacionais foram feitos de uma forma extensiva. O que os unia e congregava era o bairro, que era onde se assentava a coesão social, se satisfaziam as necessidades, se praticava a solidariedade dos mutirões e aí eram feitas as festas. Muitas festas, festas da santa cruz, festas de São João, festas caipiras. Se mantinha uma erudição portuguesa do século XVII. Do gosto pela festa, somado com a vida simples da auto suficiência que levava e, com a incorporação do hábito indígena da caça e da pesca, ele ganhou a fama de preguiçoso.
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