Resumo: Brasil Caipira - Darcy Ribeiro
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O Brasil Caipira Na primeira parte do processo de colonização do Brasil, a economia era voltada basicamente aos núcleos açucareiros da costa nordestina. Neste período o Brasil Caipira vivia numa “economia de pobreza”. Darcy Ribeiro coloca o processo de “sedentarização” do bandeirante e a conformação do caipira. Tido como o “povo da roça”, ele foi constituído pela miscigenação, em princípio, das matrizes portuguesas e indígenas, um “povo novo”. A influência indígena é muito latente. Se hoje podemos observar a presença dessa matriz mais facilmente nos nomes dados a rios, municípios, bairros da região sudeste, sobretudo de São Paulo, com uma observação mais melindrosa localizamos muita semelhança das tribos indígenas com os primeiros caipiras que povoaram essa extensão territorial. A língua falada era o Tupi, tinha-se a prática da pesca, da caça e até mesmo da coleta. Um costume arraigado aqui era o do descanso. Entre o tempo das colheitas, ou entre uma bandeirada e outra (que gradativamente foram entrando em declínio), os sertanejos tinham o tempo do ócio, muito semelhante aos indígenas, e isso lhe rendeu fama de vagabundo, preguiçoso. Darcy ainda coloca que a principal “mercadoria” nesse processo inicial de formação do caipira era o índio. As bandeiradas atacavam as missões jesuíticas, principalmente as espanholas, tanto para ocupar e colonizar os territórios, como também para saquear artigos valiosos e “roubar” os índios, que já aculturados e disciplinados pelas missões, seriam vendidos para o nordeste como escravos. Os arraiais eram muito pequenos, com uma economia de subsistência, o pouco excedente da plantação era voltado à troca de artigos essenciais com outros pequenos produtores. As famílias eram muito miscigenadas, nessas pequenas vilas encontravam-se muitos índios que tiveram suas aldeias destruídas que viviam junto com os “brancos”, que também já eram mestiços. Apesar desse primitivismo, Darcy Ribeiro salienta que São Paulo do século XVI