O aço da devastação
CrimES AmbiEnTAiS E TrAbAlhiSTAS nA CADEiA prODuTiVA DA inDúSTriA SiDErúrgiCA inSTAlADA nA AmAzôniA
DEVASTAÇÃO
O AÇO DA
IssN 1678-152X
EDiTOriAl
CrimES AmbiEnTAiS E TrAbAlhiSTAS nA AmAzôniA
Nesta edição da revista do Instituto Observatório Social, apresentamos os resultados de uma nova e importante apuração sobre o setor siderúrgico na Região Norte. São resultados que chegam sete anos após a histórica pesquisa Escravos do Aço. Em 2004, mostramos como a produção de carvão vegetal para a indústria de ferro-gusa estava sustentada por uma estrutura arcaica e que violava os direitos fundamentais dos trabalhadores. Ferro que era exportado e alimentava uma das mais importantes cadeias produtivas da economia moderna: o aço. Na época, grandes siderúrgicas instaladas no polo siderúrgico de Marabá, no Maranhão e no Pará, foram identificadas como financiadoras de carvoarias que usavam trabalhadores escravos na produção de carvão. Mais recentemente, em fevereiro de 2011, voltamos ao assunto com reportagem A Floresta que Virou Cinza, que mostrou como operam os grupos criminosos que esquentam carvão do desmatamento e do trabalho escravo. São quadrilhas formadas por políticos, empresários e servidores públicos do governo do Pará, que se uniram para depredar, em nome de interesses próprios, um dos mais importantes ecossistemas do planeta. Agora, novos resultados jogam luz de forma inédita sobre o problema. O cruzamento de dados entre a produção de ferro-gusa e de carvão mostra que a siderurgia no polo de Carajás continua baseada na devastação ambiental e no descumprimento das leis trabalhistas. carvOarIa Nesses sete anos que separam a primeira pesquiIlEgal Em JacUNDá (pa) sa dos dados atuais, muita coisa mudou e para melhor. A Carta-Compromisso Pelo Fim do Trabalho Escravo na Produção de Carvão Vegetal e a criação do Instituto Carvão Cidadão, que monitora a cadeia