o avesso da história em história meio ao contrário
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIOGRANDENSE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM LINGUAGENS VERBAIS, VISUAIS E
SUAS TECNOLOGIAS
EVELINE ROSA PERES
O AVESSO DA HISTÓRIA EM HISTÓRIA MEIO AO CONTRÁRIO
PELOTAS
MAIO, 2012
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EVELINE ROSA PERES
O AVESSO DA HISTÓRIA EM HISTÓRIA MEIO AO CONTRÁRIO
Trabalho apresentado ao Curso de PósGraduação Lato Sensu em Linguagens Verbais,
Visuais e suas Tecnologias como requisito parcial para a obtenção do título de especialista.
Orientadora: Ms. Márcia Froehlich
PELOTAS
MAIO
2012
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O AVESSO DA HISTÓRIA EM HISTÓRIA MEIO AO CONTRÁRIO
Eveline Rosa Peres evelinerosaperes@gmail.com Resumo
Neste trabalho buscamos verificar na obra História meio ao Contrário (1977), da escritora Ana Maria Machado, elementos da paródia carnavalesca, a partir da teoria desenvolvida pelo linguista russo Mikhail Bakhtin. Essa escolha teórica deveu-se à percepção que os elementos de comicidade presentes na obra estabeleciam vínculo com o momento histórico no qual a obra foi produzida, além de subverter a estrutura narrativa tradicional do conto de fadas. Assim, a narrativa configura-se como paródia desse gênero discursivo, pois inverte a convencional estrutura narrativa e também as atitudes esperadas pelas personagens- rei, rainha, princesa, representantes do povo- desse gênero. Ao longo da análise, verificou-se que a mudança da perspectiva narrativa- passando dos membros da realeza para o povo- também funciona como estratégia carnavalesca para questionar as estruturas do poder. Por fim, foi possível perceber que o emprego de mecanismos dialógicos e intertextuais reforçam a ideia de que o espaço e os acontecimentos da narrativa evocam o contexto histórico do Brasil da época em que a obra foi produzida.
Palavras-Chave: Literatura Infantil; Paródia; Carnavalização.
Introdução
A partir de 1964 até meados da década de 1980, o Brasil viveu uma das fases mais