Preconceito linguistico capitulo iii
Capítulo III 3
Então vale tudo?
Paranoia ortográfica
Subvertendo o preconceito linguístico 8
Referências bibliográficas 12
Preconceito Linguístico
Capítulo III – A desconstrução do preconceito linguístico
5. Então vale tudo?
Marcos Bagno em seu livro Preconceito Linguístico afirma que algumas pessoas dizem que sem uma noção de erro dará a entender que, em termos de língua, vale tudo. Mas na verdade, para o autor, em termos de língua, tudo vale alguma coisa, mas isso depende de alguns fatores. Como por exemplo, vale falar gírias e palavrões. Porém, no lugar certo, no contexto adequado, com pessoas certas, e mesmo no lugar errado, no contexto errado e com pessoas erradas, se a intenção for de contrapor à ordem estabelecida.
De acordo com Bagno, usar a língua, tanto na fala, como na escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: adequação e aceitabilidade.
Quando falamos, tendemos a nos adequar à situação de uso da língua em que nos encontramos: se é uma situação formal, devemos usar uma linguagem formal; se é uma situação descontraída, devemos usar uma linguagem descontraída.
O autor usa dois exemplos: o primeiro é de uma palestra num congresso científico, no qual o palestrante usa gírias e palavrões. A plateia dificilmente aceitará isso. É claro que se o objetivo do palestrante for chocar seus ouvintes, aquela linguagem será muito adequada. O segundo exemplo é de um agrônomo se dirigir a um lavrador analfabeto usando termos técnicos, isso é inadequado, a menos que a intenção seja que o outro realmente não entenda. Tudo vai depender do que é dito, onde, a quem, como, quando, por que e visando que efeito.
Segundo Bagno, a noção de “adequado” varia de pessoa para pessoa, de uma cultura para outra. Os compositores de rap e funk fazem questão de compor suas letras sem se preocupar se serão aceitas ou não pela sociedade, pelas “pessoas de bem” e pelas noções de “bom-gosto”. Isso, para eles, é mais do que