O auto da compadecida
A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (religiosas, jurídicas, etc).
As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial.
Tal afirmação, defendendo rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente de polêmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em última instância, sejam os fatores econômicos as condições finalmente determinantes.
Os princípios básicos que fundamentaram o socialismo marxista podem ser sintetizados em três teorias centrais: a teoria da mais-valia, onde se demonstrava a maneira pelo qual o trabalhador é explorado na produção capitalista; a teoria da luta das classes, onde se afirma que a história da sociedade humana é a história da luta das classes ou do conflito permanente entre exploradores e explorados; e, finalmente, a teoria do materialismo histórico.
Marx dedicou-se a um estudo intensivo da história, e criou uma teoria que veio a ser conhecida como a concepção materialista da história, que foi exposta num trabalho em que esboça a história dos vários modos de produção, prevendo o colapso do modo de produção vigente - o capitalismo. O materialismo histórico é uma teoria sobre toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem de acordo com seu ambiente ao longo do tempo, onde se