O Argumento Do Apostador
O argumento do apostador parte da posição de um agnóstico, isto é, alguém que acredita que não existem dados suficientes para decidir se Deus existe ou não. Um agnóstico acredita que é genuinamente possível que Deus exista, mas que não há dados suficientes para decidir a questão com toda a certeza. Um ateu, pelo contrário, acredita geralmente que existem dados conclusivos a favor da inexistência de Deus.
O argumento do apostador é o seguinte. Uma vez que não sabemos se Deus existe ou não, estamos numa posição muito semelhante à de um apostador antes de uma corrida de cavalos. Precisamos por isso de calcular as hipóteses que temos. Mas ao agnóstico pode parecer que tanto a existência como a inexistência de Deus são igualmente prováveis. A atitude do agnóstico consiste em ficar indeciso, sem tomar nenhuma decisão em nenhuma das direções. O argumento do apostador, contudo, afirma que a coisa mais racional a fazer é procurar que a hipótese de ganhar seja tão grande quanto possível, ao mesmo tempo que a possibilidade de perder seja tão pequena quanto possível: por outras palavras, devemos maximizar os ganhos possíveis e minimizar as perdas possíveis. De acordo com o argumento do apostador, a melhor forma de alcançar este objetivo é acreditar em Deus.
Há quatro resultados possíveis:
1. Se apostarmos na existência de Deus e ganharmos (se Deus existir), vamos para o paraíso após a morte .
2. Se apostarmos na existência de Deus e verificarmos que Deus não existe não perdemos muito (apenas alguns prazeres mundanos, muitas horas a rezar e viver as nossas vidas debaixo de uma “ilusão”).
3. Se escolhermos apostar na opção da inexistência de Deus e ganharmos (se Deus não existir), viveremos uma vida sem ilusão e teremos a liberdade de gozar os prazeres desta vida sem medo do castigo divino.
4. se apostarmos nesta opção e perdermos (se Deus existir), perdemos pelo menos a possibilidade da vida eterna no paraíso podemos mesmo correr o risco ir para o