o amor no campo analitico
Os fenômenos de transferência são indicativos de uma regressão da libido. Cada conflito que surge nessa situação possibilita ao sujeito lutar, no presente, com suas dificuldades relacionadas a importantes relações objetais do passado. Existe um anseio de todos nós em obtermos respostas sobre o tema do amor, sua natureza e função. Freud, neste texto, se ocupou em falar-nos da questão do amor de transferência enquanto uma resistência ao trabalho analítico. Pontua ele que a paixão transferencial leva o sujeito a perder toda compreensão e interesse no tratamento."... não falará ou ouvirá a respeito de nada que não seja o seu amor, que exige que seja retribuído." (Freud,1915).
Tal fenômeno torna-se uma forma inquestionável de resistência. "... tudo que interrompe o progresso do trabalho analítico é uma resistência."( Freud, 1900). Temos que admitir que o amor que surge no tratamento analítico guarda um aspecto que o coloca em posição especial. A saber, o fato de ser provocado pela situação analítica e intensificado pela resistência.
É de se esperar que o fenômeno de amor transferencial tenha em si esta conciliação das pulsões de vida e de morte. Daí, o amor na transferência é amor genuíno, indiscutivelmente amor semelhante ao da vida comum. A constatação da existência de contrários que o paciente faz no decurso do tratamento analítico e a dificuldade imposta por esta ambivalência no seu interior,