Reflexões sobre transferência

RESUMO
Reflexões sobre a transferência na análise de crianças: o enfoque Kleiniano

Nome: Christie Miguel Wildhagen Turma: 90 Período / Noite - 27 – Março -2012

A transferência é uma valiosa ferramenta de trabalho no processo psicanalítico, permitindo que, no aqui e agora da sessão, o analista tenha acesso a conteúdos que de outra forma seriam inacessíveis. A difícil tarefa de vencermos as barreiras da resistência e nos aproximarmos do inconsciente encontrou, na teorização e na clínica da transferência, uma nova possibilidade de trabalho com o inconsciente, agora não tão dependente da memória e intimamente relacionado às vivências com o analista. Desde o início de seus trabalhos com crianças, Klein defendia a possibilidade de elas desenvolverem uma neurose de transferência análoga à do adulto. Acreditava que era possível analisar crianças apoiando-se em alguns elementos essenciais: a manutenção rigorosa de um setting analítico, a interpretação da transferência positiva e negativa, a possibilidade de considerar o brincar da criança como equivalente do sonho e da associação livre, a constatação da presença do superego primitivo e a convicção de que as imagos parentais, não equivalem aos pais reais. Apoiada em sua experiência clínica com crianças e na observação de bebês, Klein desenvolveu uma concepção sobre a constituição do sujeito, segunda a qual existiria, desde o nascimento, um relacionamento com a mãe, isto é, ao nascer, o bebê já teria um ego rudimentar, capaz de estabelecer relações de objeto e vivenciar ansiedades. Trata-se de um ego ainda não integrado, no qual uma tendência à integração alterna-se com uma desintegração defensiva, frente ao impacto das experiências internas e externas. A projeção e a introjeção colorem as relações da criança com as nuances de seu próprio mundo. O que está em jogo na análise e na transferência de crianças, ainda que pequenas, é a relação com as imagos parentais que, pelo processo de