O advogado no contexto interpessoal
Relacionamentos interpessoais são constantes na prática da advocacia: clientes, testemunhas, colegas, juízes, promotores vêem-se em constante interação. Dois elementos, interdependentes, são basilares para o relacionamento profissional saudável e produtivo: o autoconhecimento e a percepção do outro - aquele com que se interage.
O autoconhecimento possibilita (e estimula) o desenvolvimento da percepção do outro; percebendo o outro, a pessoa adquire condições de se comparar e, assim, se conhecer melhor. Dessa maneira se estabelece um ciclo de desenvolvimento contínuo e profissional resultando no sucesso financeiro e profissional.
Habilidades pessoais e interpessoais:
Habilidades não se confundem com conhecimentos. Uma habilidade é um conhecimento colocado em prática. O conhecimento somente frutifica quando se manifesta.
• Habilidade de observar: a habilidade de observar constitui a base de todo o sucesso no relacionamento interpessoal. Ela compreende: Perceber as mensagens não-verbais contidas nos comportamentos da(s) pessoa(s). Essas mensagens transmitem informações nem sempre perceptíveis na fala. O corpo não mente e o observador encontrará nos gestos os sinais que a fala procura ocultar. O observador atento identifica detalhes reveladores de características de personalidade potencialmente capazes de influenciar a percepção dos demais a respeito do cliente ou de seu oponente. O bom observador, da mesma forma que o navegador experiente: é paciente, busca detalhes, usa de descrição, respeita a privacidade, persegue a neutralidade.
• Habilidade para escutar: mecanismos de defesa dificultam a escuta. É sábia a expressão popular: "a pessoa só ouve aquilo que quer ouvir"; em outras palavras, ouve-se tanto mais e melhor o que ratifica as expectativas de quem escuta. A surdez ao desagradável reflete-se na cegueira ao inaceitável. O falar para não ouvir constitui um hábil mecanismo inconsciente de defesa que, com o tempo, se torna