O adolescente a a cultura do corpo na contemporaneidade
Heloisa Junqueira Escorel
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo analisar a cultura do corpo na adolescência, e suas articulações com os fenômenos do mundo contemporâneo. Partimos da hipótese segundo a qual, nossos jovens, pela cultura excessiva do corpo, muitas vezes, transformam seus corpos em um investimento narcísico quase exclusivo.
O desenvolvimento do eu, na adolescência, implica em um redirecionamento do narcisismo, onde a realização deste se torna fonte de prazer. Em lugar da busca de ideais e do acesso à vida em coletividade, alguns jovens tendem a se fixar em seus próprios corpos. Na busca da imagem narcísica perdida, identificam-se com imagens produzidas pela indústria do consumo, o que é reforçado na cultura contemporânea. O mundo contemporâneo caracteriza-se pelo discurso da ciência, pela tecnologia e pela inundação virtual. A prevalência da imagem e da identificação exclui a singularidade do sujeito condenando-o ao exílio.
Há, assim, um repúdio à falta e ao vazio, articulado à promessa da eterna felicidade e do viver sem dor. O brilho dos objetos de consumo imanta o adolescente transformando seu corpo em objeto ouro, de valor intercambiável no mundo do capital. Na atualidade, são vários os artigos, revistas e programas veiculados pela mídia, referindo-se à exploração do corpo adolescente. Poderíamos supor, então, que o adolescente por sua própria necessidade estrutural de reeditar o narcisismo pode ser cooptado pelo consumo como um bem supremo e salvação econômica? Segundo Sadala: No mundo contemporâneo, o desejo é construído pelas imagens veiculadas através dos meios de comunicação: jornais, revista, internet. As pessoas são de um modo geral, definidas apenas