N ação e Civilização nos Trópicos:
I
pensar a história é uma das marcas características do século
XIX, ao longo do qual são formulados os parâmeLros para um moderno LraLamento do tema. O discurso historiográfico ganha foros de cientificidade num processo em que a "disciplina" história conquista definitivamente os espaços da universidade.' Neste processo, o historiador perde o caráter de hommes de lel/res e adquire o estatuto de pesquisador, de igual entre seus pares no mundo da produção científica.
No palco europeu, onde desde o inicio do século este desenvolvimento é observável, percebe-se claramente que o pensar a história articula-se num quadro mais amplo, no qual a discussão da questão nacional ocupa uma posição de destaque. Assim, a tarefa de disciplinarização da história guarda íntimas relações com os lemas que permeiam o debate em torno do nacional. Em lermos exemplares, a historiografia romântica nos permitiria um campo fértil para detectar e analisar tais relações.
,I,JIloel Luís Salgado Guimarães o caso brasileiro não escapará. nesLe sentido, ao modelo europeu - e isto certamente trará conseqüências cruciais para o trabalho do historiador em nosso país -, ainda que deste lado do Atlântico outro será o espaço da produção historiográfica. Não o espaço sujeito à competição acadêmica própria das universidades européias, mas o espaço da academia de escolhidos e eleitos a partir de relações sociais, nos moldes das academias ilustradas que conheceram seu auge na Europa nos fins do século
XVII e no século XVIII. O lugar privilegiado da produção historiográfica no Brasil permanecerá até um período bastante avançado do século
XIX vincado por uma profunda marca elitista, herdeira muito próxima de uma tradição iluminista.' E este lugar, de onde o discurso historiográfico é produzido, para seguirmos as colocações de Michel de