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Iberism and Lusotropicalism in the work of Gilberto Freyre
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Alberto Luiz Schneider alberto.ls@uol.com.br Pós-doutorando
Universidade de São Paulo
Rua Vergueiro, 266/267 - bloco 2 - Liberdade
01504-000 - São Paulo - SP
Brasil
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Resumo
O artigo discute o luso-tropicalismo, assunto que mobilizou o pensamento de Gilberto Freyre entre as décadas de 1940 e 1960. A caudalosa produção intelectual gilbertiana – marcada pela aproximação com a ditadura de António Salazar e com o esforço português de manter suas colônias na África – somente é inteligível a partir da crítica à modernidade ocidental que Freyre recolheu do pensamento espanhol de fins do século XIX e princípio do século XX. Autores como
Miguel de Unamuno, Ángel Ganivet e José Ortega y Gasset refletiram sobre a especificidade da cultura ibérica, percebendo-a como substancialmente diferente da moderna tradição anglo-saxã.
Para Gilberto Freyre, os ibéricos, em particular os portugueses, seriam capazes de compreender os trópicos e as suas gentes e com eles transigir, conviver e miscigenar. Tal entendimento o levou, ao menos nos seus momentos mais ideológicos, a defender e justificar o colonialismo português, apesar dos ventos descolonizadores que sopravam desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
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Palavras-chave
Brasil; História intelectual; Portugal.
Abstract
This article discusses the Luso-Tropicalism trend, a subject that moved the thought Gilberto
Freyre from the 1940s to the 1960s. The prolifical intellectual production of Prof. Freyre – marked by an approximation with the dictatorship of António Salazar and with the Portuguese effort to maintain colonies in Africa – can only be understood on the basis of a criticism of Western modernity, which Freyre had absorbed from the Spanish thought of the final decades of