Luso-tropicalismo
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
Antropologia do Colonialismo
Luso-Tropicalismo
Docente: Professor Doutor Rui Mateus Pereira
Discente: Custódia Maria Ramalho Ramires dos Santos, Aluna N.º 31785
Ano Lectivo 2012/2013
Lisboa, 06 de Janeiro de 2013
Introdução
Os povos que habitavam os territórios coloniais, apesar de diferenças políticas, religiosas, históricas e culturais, tinham o seu próprio modo de evitar e/ou resolver conflitos. As suas ações tinham um dinamismo condicionado, uma vez que acatavam com obediência os hábitos, usos e costumes, isto é, os próprios costumes se transformavam em leis sem que houvesse a necessidade de estas figurarem em papel ou serem aprovadas ou promulgadas, não havia um poder legislativo. Havia sim, o respeito pelos homens mais velhos e obediência aos seus chefes. Tinham o culto dos deuses, acreditavam em mitos, temiam os feiticeiros e as bruxas, e eram estas as bases elementares de todas as normas de conduta social, suficientes para garantir só por si uma forma harmoniosa das relações sociais assegurando a manutenção da ordem pública.
No século XVI, ancorados em objetivos políticos, económicos e religiosos, começam a surgir em grande escala os primeiros tentames de colonização. No entanto, esta colonização raramente foi um fenómeno sociopolítico baseado na dependência de um grupo humano ou de um território a respeito de um outro grupo, neste caso os portugueses (mas podemos referir todos os europeus), foi antes um fenómeno baseado na imposição e dominação pela força das armas, o que pôs termos a essa ordem social anteriormente referida, ficando os povos colonizados, na sua maioria, sujeitos a subordinação e expropriação, bem como a serem escravizados1. Este cenário pautou as relações coloniais (entre colonizadores e colonizados) em toda a Idade Moderna e Contemporânea.
Em 1947, um relatório de