I LOVE FONO
Na psicologia, fala-se bastante de novas subjetividades – novos modos de ser e estar no mundo que se revelam em uma diversidade de padrões de conduta, linguagem, tipos de convivência e relação com o mundo físico e social. Essas novas e diversas possibilidades de existência estão absolutamente articuladas com os novos fenômenos da contemporaneidade.
O século XX e o início do século XXI assistiram a mudanças profundas quanto às inovações tecnológicas, na produção de riqueza e conforto para muitos, na ampliação da comunicação e na multiplicação de seus meios; enfim, muitas possibilidades de transitar pelo mundo e viver. A capacidade de conforto e o bem-estar produzido são inacreditáveis. O papel da mulher, as novas formas de relacionamento amoroso, as possibilidades de reprodução, as capacidades e habilidades de nossas crianças e jovens, tudo mudou. Temos efetivamente um “novo mundo”, mas que não atingiu a todos. Muitos países, como o Brasil, produzem muitas riquezas e ainda permanecem desiguais na forma de distribuição dessa riqueza entre seus cidadãos. Mas, sem dúvida, o cenário mudou e se produzem mudanças na subjetividade dos homens e mulheres que produzem e continuam a produzir, ininterruptamente, essas mudanças e novas formas de existir.
Ao longo do século XX, as teorias psicológicas lidaram com o desenvolvimento humano a partir de etapas bem definidas: infância, adolescência, idade adulta e velhice. Neste momento da história, é possível observar uma alteração importante nessas etapas, e já nos atrapalhamos com aquilo que podemos ou devemos esperar da conduta da criança, do adolescente e mesmo dos adultos e dos “idosos”. Nós nos surpreendemos com a produtividade daqueles que, até outro dia, eram considerados aposentados, ou com o padrão de conduta sexual dos adultos, que assumem comportamentos atribuídos aos jovens.
Até a modernidade houve um longo processo de disciplinamento e auto-observação dos