pedro bandeira
Pedro Bandeira
PÂNTANO DE SANGUE
O crime ronda o Pantanal
Miguel, Crânio, Calu, Magri e Chumbinho, a turma dos Karas de A Droga da
Obediência, envolvem-se com o crime organizado que está agindo no Pantanal de
Mato Grosso, liderado pelo implacável Ente. Em um enredo fascinante, repleto de suspense do começo ao fim, discute-se a dramática destruição dos jacarés, dos índios e da natureza em um dos últimos lugares do mundo que ainda poderia ser chamado de
Paraíso Terrestre.
1 Um crime brutal
Tinha sido um professor. Um ser humano. Dos melhores.
Agora nem parecia um homem. Era apenas um cadáver brutalmente massacrado. Uma massa de sangue, retorcida e pisoteada, jogada na calçada como um fardo de roupa suja.
Naquela manhã de junho, as aulas no Colégio Elite começavam de modo trágico demais.
Alguém lembrou-se de cobrir o corpo com jornais. As manchetes falavam da violência urbana.
Amparada por um colega, uma estudante vomitou.
Do grupo de curiosos, um rapazinho afastou-se. Pouco depois, de dentro do colégio, ouviu-se o som triste de uma gaita.
***
A bordo do Boeing que cortava o ar em direção ao misterioso Pantanal Matogrossense, Miguel tirou do bolso a pequena gaita prateada. A gaitinha. A marca registrada de Crânio, o companheiro desaparecido. A gaitinha. Agora completamente muda, longe do sopro do amigo. Longe de Crânio, o gênio dos Karas.
Os Karas! O avesso dos coroas, o contrário dos caretas! Aquele grupo secreto de alunos do Colégio Elite reunido por Miguel só pela farra, pela aventura, mas que logo acabaria se envolvendo em perigos reais. Perigos que nem mesmo ele, Miguel, o líder dos Karas, poderia ter imaginado. Como aquele que os cinco adolescentes haviam enfrentado na luta contra o sinistro Doutor Q.I. e sua Droga da Obediência. Os cinco
Karas: Miguel, Calu, Chumbinho, Magri e... e Crânio!
Miguel falou baixinho, como um desabafo, para Magri, sentada na poltrona a seu lado: