I Juca Pirama
(Gonçalves Dias)
RESUMO
Um índio tupi conduziu seu pai, um velho cego, pelas matas. Procurando caça para se alimentarem, foi aprisionado pelos timbiras. Quando se iniciava o festim em que seria morto e devorado, o índio tupi, lembrando-se do pai abandonado na mata, pediu, entre lágrimas, que o libertassem, sob a condição de retornar quando o velho não mais existisse. O chefe timbira ordenou então que o soltassem, dizendo que não queria “com carne vil enfraquecer os fortes”. Seu prato era tomado como covardia diante da morte. O jovem tupi foi solto, mas o pai obrigou-o a retornar à taba timbira para pedir, ele mesmo, a morte do filho. O discurso do velho tupi, no canto VIII, é a parte mais bela e mais impressionante do poema. Revoltado com as palavras do pai, que o acusava de covarde, o moço atirou-se à luta com tal bravura, que o chefe timbira reconheceu sua coragem e direito a morrer como um forte.
ESTUDO DO PROF. TEOTÔNIO MARQUES FILHO
ENREDO DO POEMA
O poema conta a história de um guerreiro da tribo Tupi que é aprisionado pelos Timbiras. Guerreiro valente e pujante, o índio seria “vítima” de um ritual de antropofagia, no qual sua carne serviria de alimento aos guerreiros Timbiras, que acreditavam que toda força e a coragem do índio prisioneiro seria passada para eles.
No auge da preparação para o sacrifício, o índio pede clemência. Fala aos guerreiros Timbiras de seu pai, velho, cego e alquebrado, que só tinha o filho e dele dependia. Como o índio chora ao pedir que não seja morto, o chefe Timbira o julga covarde e fraco e o solta. O índio encontra com seu pai e este percebe, através do contato de suas mãos com a cabeça raspada de seu filho, que este havia sido prisioneiro.
Os dois voltam para a tribo Timbira, e o velho pede que se cumpra o ritual do sacrifício. O chefe dos Timbiras diz que o ritual não seria realizado, uma vez que seu filho era um fraco e que havia chorado em presença da morte. O velho, então, o amaldiçoou