I Juca Pirama
Gonçalves Dias foi um importante poeta do romantismo brasileiro. Estudante de Direito em Portugual, Dias escreveu o famoso “Canção do Exílio” influenciado pela saudade que sentia do Brasil. O sentimento nacionalista, inclusive, era uma marca da sua escrita. A visão indianista também estava presente na sua obra, que costumava idealizar o índio. I-Juca Pirama é uma obra que pode ser inserida nesse estilo.
I – Juca Pirama é um marco da poesia indianista no romantismo brasileiro. O indianismo, na poesia romântica, é a afirmação da nacionalidade e coloca o índio como heroi. Publicado em 1851 no livro Últimos Cantos, é considerado a obra-prima do autor pela excelência tanto da forma quanto do conteúdo.
O poema é constituído por 484 versos e dividido em 10 cantos. O titulo desse poema vem do Tupi que significa “aquele que vai ser morto”. O poema retrata as histórias de um índio tupi, um sobrevivente de sua tribo, que é pego pelos timbiras prestes a ser sacrificado em um ritual de antropofagia. Porém esse índio deve contar suas façanhas para saberem se ele é digno de ser sacrificado nesse ritual, que aliás, é um ritual de honraria para essa tribo.
O tupi revela que deixou sozinho o pai velho e cego, pedindo para ser libertado a fim de cuidar dele, que não deve tardar a morrer. Promete voltar a ser prisioneiro depois que o pai morrer. O cacique timbira consente em libertá-lo, mas sem a promessa de voltar por não querer “com carne vil enfraquecer os fortes”.
Liberto, o guerreiro tupi volta ao local onde deixara o pai. Pelo cheiro das tintas no corpo do filho, o pai percebe que ele fora preso e libertado, o que contraria a ética indígena. Com indignação, o pai exige que voltem ambos à tribo dos timbiras.
Chegando lá, o filho é amaldiçoado pelo pai, pois teria chorado em presença dos inimigos, desonrando os tupis. Para provar sua coragem, o filho se lança em combate contra toda a tribo timbira. O barulho da disputa faz o pai perceber que o filho lutava