A MISTURA DE GÊNEROS LITERÁRIOS EM I-JUCA PIRAMA, DE GONÇALVES DIAS
O Romantismo surgiu como um movimento internacional com caracteres próprios dos escritores do período. È um estilo artístico – individual e de época. A palavra Romantismo “remonta ao século XVII na França e Inglaterra, com referência a certo tipo de criação poética ligada à tradição medieval de “romances”, narrativas de heroísmo, aventuras e amor em verso e prosa [...]”. (COUTINHO, 1969, p.1). 1 O sonho de liberdade e de criação, o escapismo e a evasão, levam o homem a imaginar um mundo subjetivo e, busca na Idade Média, nas figuras cavalheirescas e nos códigos morais, a idealização do seu conteúdo literário, mesmo não se podendo precisar se realmente existiam.
O Romantismo no Brasil se projetou com a permanência da Corte portuguesa, no Rio de Janeiro, com a reforma do ensino – criação de escolas superiores –, com estudos históricos acerca do país, com a atuação da imprensa política e literária e, um clima de Independência que envolvia o país. O nacionalismo romântico teve uma característica própria sob a forma de indianismo. O índio consagrado como símbolo de independência política, social e literária, é a essência dos poemas de Gonçalves Dias.
Gonçalves Dias *Caxias, Maranhão, 1823, +Baixo dos Atins, Maranhão, 1864, “o criador, o poeta do indianismo” 2 (p.65) pode ser assim denominado: pelo sangue (mãe cafuza e pai português), pelo conhecimento direto com os indígenas, pelos estudos que realizou e que o levaram a formar uma literatura de feição nacional com seus poemas de temática indigenista e patriótica. A familiaridade com a língua tupi pode ter sido a busca para a inspiração poética dos poemas indianistas.
I Juca Pirama que significa “o que há de ser morto, o que é digno de ser morto”, não nos remete a uma realidade de morte pela morte. Retrata sim, uma valorização dos costumes indígenas. O poeta ratifica o valor do seu indianismo, por se tratar de uma obra que honra a