HOBBES: O ESTADO DE NATUREZA E A NECESSIDADE DA INSTITUIÇÃO DE UM ESTADO CIVIL
AMANDA CUNHA FIUZA
RESUMO: Thomas Hobbes, em O Leviatã, trata da necessidade da criação de um Estado, o qual seria capaz de impelir a ordem na sociedade. O filósofo inglês constrói sua teoria a partir de uma hipotética sociedade onde não há um poder soberano, na qual os homens viveriam em um estado natural sem regras, o que gerava uma condição de guerra de todos contra todos. Com base nisso fundamenta a indispensabilidade de uma instituição política que mantivesse todos em respeito e que estabelecesse regras capazes de amenizar a desordem que imperava.
PALAVRAS CHAVE: Hobbes, Estado natural, Estado civil, Leviatã.
Considerações inicias
Thomas Hobbes foi um filósofo inglês contratulista, ou seja, desenvolveu teorias as quais tentavam explicar que na origem de todo Estado está um contrato. Em sua principal obra, O Leviatã, abordou a fictícia transição do estado natural, onde todos viviam em condição de guerra; ao estado civil, com organização social e política.
Em sua teoria, Hobbes considera o homem na ausência do Estado, sem estar subordinado à nenhuma autoridade e com liberdade de utilizar-se do seu próprio poder, seu direito de natureza2. Segundo ele, nessa condição os homens viviam isolados e eram demasiadamente egoístas, objetivavam sempre os próprios interesses, o que gerava a condição de guerra de todos contra todos. Nas palavras do autor:
Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens. Pois a guerra não consiste apenas na batalha, ou no ato de lutar, mas naquele lapso de tempo durante o qual a vontade de travar batalha é suficientemente conhecida. (O Leviatã, cap XIII)
Entretanto, o filósofo inglês considera ainda que há normas de paz em torno das quais é possível um acordo entre os homens no