h. pilory
09
A erradicação do Helicobacter pylori
ISSN 1810-0791 Vol. 4, Nº 09
Brasília, agosto de 2007
Lenita Wannmacher*
Resumo
A identificação de Helicobacter pylori como agente causal ou associado a úlcera péptica, dispepsia funcional e câncer gástrico deu novo rumo ao tratamento e prevenção dessas condições. A terapia de erradicação é eficaz quando usada em esquema tríplice que combina dois antibacterianos e um inibidor da bomba de prótons, embora haja variações bacteriológicas e geográficas. Esquemas alternativos são necessários diante de resistência microbiana ou refratariedade ao tratamento. Em saúde pública, o uso de terapia de erradicação gera aumento de custo que é suportável. Entretanto a terapia pode associar-se a esofagite de refluxo, o que deve ser pesado na adoção de políticas de saúde destinadas à população em geral.
Introdução
I
nfecção por Helicobacter pylori associa-se a úlceras pépticas duodenais e gástricas, causadas ou não por uso de antiinflamatórios não-esteróides, e dispepsia funcional. A infecção tem curso clínico altamente variável, manifestando-se por gastrite, úlcera gástrica ou duodenal, atrofia da mucosa, carcinoma gástrico ou linfoma gástrico (mucosa-associated lymphoreticular tissue - MALT)1.
O mecanismo pelo qual a bactéria predispõe à doença péptica não está completamente esclarecido.
Como o H. pylori também é comum em indivíduos sadios, não é considerado elemento isolado na gênese daquela doença2. A bactéria induz inflamação
crônica da mucosa gástrica com produção de superóxidos, citocinas e fatores de crescimento que contribuem para promoção da carcinogênese.
A infecção é detectada por cultura de material biopsiado endoscopicamente e teste respiratório não-invasivo da urease [14C-uréia]. Em locais em que foi detectada resistência aos antimicrobianos, é imprescindível fazer teste de sensibilidade aos antimicrobianos. A doença