E o Patrimônio?
A curiosidade, vontade de aventura, gosto pelo exótico, entre outros, resultaram viagens ao desconhecido por mais de cinco séculos, tendo comerciantes, cientistas, viajantes e outros participantes de narrativas míticas de formação do ocidente moderno que se produziu ao longo do tempo.
Essas viagens ao Oriente davam uma auto representação ao homem ocidental no início da era moderna, com a descoberta dos povos do Oriente, produziu ao Ocidente uma constatação de modo de vida à formulações de oposições como tradicional e moderno, selvageria e civilização, e a atraso e progresso. Essas formulações, no contexto da empresa colonial, são vistas com diferença e são designadas como homens primitivos, tido como selvagens ou bárbaros, tendo como base uma escala evolutiva do homem europeu.
“A atração exercida pelo diferente produziu histórias, encontros, lendas e ainda um vasto acervo etnográfico armazenado e exibido em grandes museus por todo o mundo” – toda essa atração e descoberta foi além. Não apenas inventariado por naturalistas as plantas, animais, povos e cores, mas também entre os séculos XVI e XIX, alguns desses “descobridores” não coletaram apenas isso, mas também seres humanos para serem expostos na Europa. Hoje muitos desses objetos constituem relíquias de povos já desaparecidos. Esses artefatos ficaram conhecidos pela Europa através da “mídia” (crônicas, gravuras, desenhos, etc.). Foram bastante apreciados pelo exotismo e pela raridade do que por qualidade estética. Esses colecionismo do século XIX se centrou na coleta de culturas que expressavam também a origem do homem e sua evolução.
A antropologia nasceu nos museus, como disciplina, num momento em que essas instituições congregavam pesquisas enciclopédicas, portanto, esse diálogo entre antropologia e museologia é um marco na fundação das mesmas, pois desse encontro nasce muito do que tem se produzido