E no princípio era o macaco
Insetos também são ricos em ácidos graxos essenciais e vitaminas
Um insectólogo holandês vem fazendo uma campanha para convencer o mundo ocidental a adotar um costume que, segundo ele, é bastante comum nos trópicos: comer insetos (prática conhecida como entomofagia) como fonte alternativa e sustentável de proteína.
A proposta de Arnold van Huis, detalhada em artigo publicado na revista The Scientist, não é nova.
Em 1885, o insectólogo britânico Vincent M. Holt escreveu um pequeno livro intitulado Why not eat insects? (em tradução livre, por que não comer insetos?).
Os argumentos dos dois especialistas, no entanto, ganham força num momento em que o mundo procura soluções para a crise dos alimentos.
Na Grã-Bretanha, um estudo sobre alimentos e o futuro da agricultura encomendado pelo governo e divulgado nesta semana pede ação urgente para evitar a fome global.
Segundo o relatório, dentro de 20 anos, serão necessários 40% mais alimentos, 30% mais água e 50% mais energia para suprir as necessidades da população do planeta.
O sistema atual de produção, além de não ser sustentável, não será capaz de suprir a demanda, argumentam os autores do estudo, realizado pelo centro de estudos Foresight.
Relatórios como esse tendem a ser usados como base para argumentos a favor do uso de técnicas de engenharia genética para produzir alimentos.
A saída oferecida por van Huis, da Wageningen University, na Holanda, é mais direta e evita a questão polêmica dos transgênicos.
Nutritivos
Em entrevista por e-mail à BBC Brasil, o insectólogo não quis recomendar um inseto em especial, dizendo que tudo depende da forma como são preparados.
Ele disse que algumas espécies têm sabor semelhante ao das oleaginosas (como o gergelim, por exemplo) e ressaltou que nem todas as espécies são comestíveis, já que algumas são venenosas.
"Insetos venenosos são consumidos nos trópicos, mas a população local sabe