E meu nome é jonas
Nos primeiros encontros pude notar um silêncio muito intenso por parte de Natália e precisei me utilizar de uma escuta empática mesmo diante dele. Segundo Carl Rogers quando estamos numa situação psicologicamente dolorosa e alguém nós ouve sem nos julgar, sem tentar assumir a responsabilidade por nós, sem tentar nos moldar, nos sentimos incrivelmente bem.
Esta atitude feita por mim relaxa em Natália suas tensões e a permiti por para fora os sentimentos que a atemorizavam: as culpas, as angustias, as confusões que fazem parte da experiência dela. No início fiquei angustiada do profundo silencio, mas depois me senti completamente satisfeita por ter conseguido fazê-la falar e de ter ouvido de forma sensível, empática e concentrada.
A relação do homem com outros seres humanos é fundamental em sua existência; desde o nascimento ele encontra-se em situações que incluem a presença de alguém.
O existir é originalmente ser-com o outro embora o compartilhar humano nem sempre esteja vivenciado de fato. Segundo Rogers o ser humano fica terrivelmente frustrado e aprisionado quando tenta expressar algo que é seu e não é entendido, algo que faça parte do seu mundo interno, privado. Quando é assim vive-se uma experiência esvaziadora e solitária.
Rogers acredita que no processo psicoterápico tem que haver, por parte do terapeuta, uma relação de confiança e aceitação com o cliente, para ajudá-lo a encontrar sua própria face, sem as fachadas ou máscaras.
Para a condição de auto-aceitação ser efetivamente concebida, é necessário aceitar o outro. O objetivo do terapeuta é proporcionar ao cliente a descoberta do seu potencial de crescimento, visando o desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades. Isso ficou muito claro em um atendimento quando ela confia a mim suas confidências mais profundas e intimas de sua infância tão frigida de amor.
“Acho muito gratificante conseguir ser verdadeiro, conseguir aproximar-me do que quer que esteja