A ética Aristotélica
O conhecimento, segundo Aristóteles, é dividido em três tipos: teórico, prático e produtivo, conforme o objeto correspondente a cada um. A ética é uma parte da política, não constituindo-se como uma ciência separada, mas apenas como um “estudo do caráter” ou “nossas discussões sobre o caráter”. (Aristóteles, Política, 1261a31)
O exame ético considera o indivíduo como um membro da sociedade e o exame político, por outro lado, tem como princípio o fato da boa vida da cidade ser senão a boa vida de seus cidadãos.
A primeira frase da Ética é esclarecedora quanto a este ponto: “Toda arte e toda investigação, toda ação e toda escolha parecem ter em vista algum bem; logo, o bem foi corretamente designado como aquilo a que todas as coisas visam”. Definitivamente, a ética aristotélica é teleológica, isto é, o valor moral da ação deriva do fim almejado. Ou seja, a ação deve ser realizada não vista dela mesma, mas em vista do bem para o homem.
O fim que uma ação particular tem em vista é um meio para um outro fim. Por exemplo, se eu estou com fome, eu busco alimento, se preciso de dinheiro para comprar alimento, então busco adquirir dinheiro, se o adquiri, então compro o alimento em vista de saciar a minha fome, mas eu sacio a minha fome em vista de me manter vivo, e procurar estar vivo, e procuro estar vivo em vista do que? Com qual finalidade?
O problema que temos é determinar qual é tal fim último. Se é o bem, qual a natureza desse bem? Como determiná-la: eis a grande questão da ética aristotélica.
A ética concerne às “coisas que são o que são para a maioria”, “coisas que podem ser de outro modo”, portanto, não podemos exigir o mesmo grau de exatidão de demonstrações científicas, como a matemática, que tem como objeto de investigação “coisas que são necessárias.”
Das coisas que são, umas são necessariamente, outras contingentemente ou por acidente. Nas ações humanas está presente a contingência e tal presença se faz evidente da seguinte