A Voz como vínculo radiofônico
(Centro Universitário de Maringá – Cesumar - ampv@uol.com.br) Num aeroporto, no meio da confusão da sala de desembarque, um homem pergunta o nome de uma das passageiras ao seu lado, que conversa com o parente que veio lhe buscar. Mal acabou de ouvir a resposta, o sujeito diz que já sabia, porque “a voz e a forma convincente de falar que ele ouve no programa de radiojornalismo, todos os dias pela manhã, são inconfundíveis”.
Experiências como estas marcam a vida profissional de um radiojornalista e nos põem a pensar sobre o poder da fala, a capacidade das pessoas envolverem outras emocionalmente, mesmo em situações como um programa de rádio em que se pretende apresentar, discutir e analisar fatos pelo viés jornalístico.
Muitos pesquisadores já escreveram sobre o rádio e sua linguagem que mistura elementos sonoros diversos: a voz, a música, os efeitos sonoros e o silêncio. Mas poucos se atêm ao fato de que esta voz tem personalidade e é ela que provoca a interação entre as “mentes” de comunicadores/jornalistas e ouvinte. Sem ela, a peça radiofônica, a reportagem e todas as outras formas de organização de mensagens no rádio não existem de fato, resta apenas a música, mas esta é outra forma de expressão. Enfim, é a voz que promove o rádio como meio de comunicação.
Há três fases na história da tecnologia radiofônica: a da radiotelegrafia, quando os sinais sonoros em código Morse eram disseminados usando as ondas eletromagnéticas, sem a utilização de fios, entre dois pontos; a radiotelefonia, na qual sons eram transmitidos em ondas eletromagnéticas entre dois pontos, em duas vias; e a radiodifusão, por meio da qual se emite e recebe sons de diversas naturezas (a emissora), através de ondas eletromagnéticas de um ponto para todos os outros onde houver ouvintes equipados com receptores (FERRARETO, 2000: 92).
O interesse aqui é discutir esta