“Todo radialista é ouvinte”: considerações sobre os papéis desempenhados no universo radiofônico
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
ANTROPOLOGIA
PROFESSOR CRISTIAN SALAINI
Turma CSOS3B
“Todo radialista é ouvinte”: considerações sobre os papéis desempenhados no universo radiofônico
Juliano Heerdt, Manoella Petry, Maria Eduarda Brino e Otávio Tosca
30 de abril de 2014
Ao estudar-se sobre o segmento do rádio, percebe-se a tendência de interpretar as categorias radialista e ouvintes como opositoras uma a outra, assim como uma relação de poder construída, uma hierarquização entre ambos na qual o primeiro detêm de poder absoluto sobre os ouvintes. Nota-se também que o rádio não é somente um meio de comunicação de massa, este possui um sentido social amplo, servindo como conexão entre os indivíduos da sociedade.
As categorias dos indivíduos deste universo que foram analisadas são os
Radialistas e os Ouvintes. Os Ouvintes correspondem aos receptores, tendo como limitação/fronteira a proximidade com os outros agentes. Devido à esta dependência, eles são categorizados em ouvintes-solicitantes (se disponibilizam a ir até a emissora e requisitam a participação), ouvintes-doadores (ouvem à rádio e interagem quando requerido), ouvintes participantes (participam com mais frequência e são reconhecidos pelos trabalhadores da emissora) e ouvintes-passivos (não interagem apenas escutam). Já a categoria Radialista alude aos locutores e operadores de áudio, não incluindo outras pessoas que trabalham em setores, como administrativo e comercial, com prestígios considerados inferiores a estes.
A pesquisadora Silva Garcia Nogueira foi até Ilheús, que contém 220 mil habitantes, para realizar uma pesquisa etnográfica e entender como se estabelece a relação entre as emissoras de rádio e seu público. Ela permaneceu no município do sul da Bahia por 11 meses, alternados em dois anos, observando sob o ponto de vista das duas categorias do tema, radialista e ouvinte. Todavia, como quando o etnógrafo está convivendo em seu meio