A vivência do luto na criança
Fernanda Teixeira Carneiro1
Suzane Barreto Magalhães Francischini2
Resumo:
O presente artigo vem propor a discussão sobre os efeitos possíveis de uma separação conjugal com um luto mal elaborado pelo casal parental e suas conseqüências na vida dos filhos. Para tanto, foram utilizados dois casos clínicos e a teoria psicanalítica. Observa-se nas situações apresentadas, processos mal conduzidos e elaborados pelos adultos, de forma que os menores acabam por se identificar com o luto vivenciado pelos pais, não tendo a possibilidade de vivenciar e elaborar o seu próprio luto.
Palavras-chave: Separação conjugal, luto, psicanálise, alienação parental.
INTRODUÇÃO
Este artigo propõe a reflexão sobre as famílias que, diante da separação conjugal, se tornaram monoparentais e as repercussões da ruptura na dinâmica familiar nas crianças e adolescentes, filhos do casal parental, dentre elas, em alguns casos, o desenvolvimento de sofrimentos psíquicos graves. Objetiva-se também promover o entendimento dos recursos psíquicos desenvolvidos pela criança ou adolescente para lidar com o luto proveniente desta separação dos pais, observando possíveis influências dos pais para o aumento do sofrimento psíquico dos filhos.
Diante desta proposta de estudo, faz necessário entender alguns conceitos relevantes, como o conceito de família. Segundo Wikipédia, a enciclopédia livre, a família é um grupo social de pessoas que influenciam e são influenciados por outros grupos, pessoas e instituições que a rodeiam. É um grupo de pessoas ligadas por descendência, a partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção. A família é unida por laços afetivos, morais, materiais, sociais, culturais que podem manter seus membros durante uma vida e também por gerações.
Gomes e Paiva (2003) apontam para as diversas mudanças estruturais que a família passou na sociedade