A violência no trânsito
Zygmunt Bauman (2001) defende, em sua obra A Sociedade Individualizada, ideias de como a sociedade está cada vez mais preocupada com o “agora”. A conotação de conjunto, de comunidade, está perdendo sua força, e muito do que ocorre hoje em dia relaciona-se com o trabalho e com a efemeridade dos fatos. Com isso temos, de um lado, um individualismo extremo e, simultaneamente, a aceleração do tempo causada por pressões sociais e do trabalho. Consequentemente, a não negociação dos espaços. Dirigir nada mais é do que negociar espaços.
Seguindo esse raciocínio, o autor refere-se ao imediatismo da sociedade contemporânea:
É comum e está na moda deplorar o crescente niilismo e o cinismo dos homens e mulheres contemporâneos, a falta de visão, a indiferença para os projetos de vida de longo prazo, a mundaneidade e o egoísmo de seus desejos, a inclinação para dividir a vida em episódios, cada um deles devendo ser espremido até a última gota, sem nenhuma preocupação com as consequências (p. 71).
O fator econômico interfere também quando a indústria automobilística despeja milhões de veículos anualmente contribuindo para dificultar ainda mais a negociação de espaços que não acompanham o crescimento do trafego, tornando-se, aparentemente, cada vez menores.
Outro tópico importante a ser considerado é que o conjunto desses fatores gera os conflitos. A violência surge então pela falta do cumprimento das regras e da dificuldade das pessoas se colocarem no lugar das