A vida de Bentham
Seus primeiros estudos foram feitos na escola de Westminster, onde adquiriu grande reputação por escrever versos em grego e latim. Em 1760, ingressou no Queen`s College, Oxford, e bacharelou-se em 1763, tornando-se, no dizer de um de seus biógrafos, “o mais jovem graduado que as universidades inglesas jamais tinham visto”. No mesmo ano de 1763, Bentham ingressou em Lincoln`s Inn, a fim de estudar Direito, profissão de seu pai; quatro anos depois, era admitido no Forum. Apesar de o direito ser a sua maior preocupação teórica, Bentham jamais praticou a profissão. Motivado por profunda insatisfação, não só com o que observava como estudante nas cortes de justiça, mas também com as justificações teóricas de comentadores ingleses como sir William Blackstone (1723-1780), autor dos Comentários sobre as Leis da Inglaterra, Bentham dedicou-se a elaborar um sistema de jurisprudência e a codificar e reformar tanto o direito civil como o penal.
Em 1776, apareceu seu primeiro livro, Um Fragmento sobre o Governo, no qual analisou criticamente os Comentários, de William Blackstone, cujo erro “supremo e fundamental”, em sua opinião, teria sido a “antipatia e reformas”. Um Fragmento sobre o Governo, escrito em estilo claro e conciso, diferente de suas obras posteriores, é geralmente considerado como o início da escola utilitarista inglesa. Ao lado dessa importância maior, o livro valeu-lhe também um convite de lorde Shelburne (posteriormente, primeiro marquês de Landsdowne) para que fosse trabalhar em seu escritório de Direito em Lincoln´s Inn. Esse fato ocorreu em 1781, quando Bentham se preocupava com outra obra sua, Teoria dos Castigos e das Recompensas, publicada em francês, em 1811. Somente muito depois essa obra viria à luz em edições inglesas, com títulos diferentes: O Fundamento Racional da Recompensa (1825) e O Fundamento Racional do Castigo (1830).
Em 1785, Bentham viajou para a Rússia, passando pela Itália e por Constantinopla, a fim de visitar seu irmão,