A verdadeira filosofia consiste em reaprender a ver o mundo
(Merleau-Ponty)
Pensar filosoficamente, buscar ou inventar conceitos como suportes para a compreensão do mundo, é um exercício cotidiano que pode ter o seu "start" na leitura matinal do jornal.
A quantidade de informações distribuídas em textos e imagens não nos deixa esquecer que estamos no século XXI. No Brasil, as mudanças são radicais: um operário é presidente, a política nacional ocupa as páginas em PB e começamos a acreditar que o país gigante que dormia em berço esplêndido pode acordar e ocupar seu lugar. Tantas são as transformações que se nos detivéssemos nelas perderíamos o sentido desse trabalho para iniciar outro. Nesse momento, somente interessa situar que o mundo contemporâneo é de uma agilidade sem precedentes na história da humanidade. Creio que não há nada que possa contestar isto.
As transformações sociais e culturais da sociedade contemporânea nos convidam a repensar o papel das instituições, e de que forma estas são afetadas, contribuem e ampliam tais modificações. Modificações estas que exigem do homem contemporâneo uma qualificação para o exercício da cidadania, o que é muito mais amplo do que o domínio sobre uma técnica ou sobre uma área de conhecimento. Vivemos submersos numa tal complexidade que dificilmente é possível isolar um problema para resolvê-lo. Antes, é necessário contextualizá-lo e se contextualizar a partir dele para uma maior compreensão. A compreensão a que me refiro é singular, precisa buscar se livrar da armadilha de uma avaliação dos fatos por critérios médios que conduzirão a uma redução da realidade do problema.
Devemos reforçar a idéia de que a filosofia não está morta. Se ela for mortal, falecerá no dia em que o último ser humano for banido da face da Terra. Por quê? Porque a filosofia tem como essência de sua razão de ser a capacidade humana de usar a própria complexidade cognitiva para representar o mundo e a vida concreta nele inserida.
Não há como