A utopia urbana, de Gilberto Velho
O pesquisador inicia o livro com o capítulo “O Bairro”, onde ele situa Copacabana e mostra as características da paisagem urbana de seu objeto de estudo. Vale lembrar que o Leme é incluído na pesquisa já que ele julga ser “indiscutível que constitui com Copacabana, propriamente dita, uma unidade sociogeográfica”. O autor descreve então a composição do bairro: “floresta de prédios”, comercio, cinemas, restaurantes, bares etc. E chama atenção para a numerosa quantidade de edifícios de escritórios ao lado de residenciais. O cotidiano do bairro também é analisado pelo pesquisador, que nos conta as atividades mais comuns nas horas matinais: “vêem-se trabalhadores de obras, empregadas domésticas, empregados de casas noturnas vindo ou saindo do trabalho, fazendo as primeiras compras etc.”; durante a tarde: “vêem-se, em determinados lugares, grupos de homens idosos aposentados”; à noite: “há sempre grande movimento perto dos cinemas Metro, Art-Palácio, Copacabana até meia-noite, normalmente fim da ultima sessão”. O sábado é visto como a “apoteose”, quando bares e restaurantes ficam cheios e pessoas de outros bairros deslocam-se em busca da diversão copacabanense.
Gilberto Velho faz uso da definição geográfica de Zona Sul para localizar especificamente o bairro em questão e descreve brevemente a historia de Copacabana que, bastante recente, tem sua ocupação iniciada apenas no final do século XIX. O marco desse período foi, então, a inauguração do Túnel Velho, que ligava o bairro de Botafogo a Copacabana. Ele recorre também ao estudo da história do país para explicar o fenômeno do crescimento industrial e populacional no estado carioca.
Para Velho é necessário entender “o processo de urbanização brasileira e inseri-lo no tipo de desenvolvimento capitalista de nossa sociedade, com seus