A utilização das lutas como conteúdo das aulas de Educação Física
1. Introdução A Educação Física que queremos é a de qualidade e como tal, a diversidade é um ponto fundamental para se conseguir esta finalidade. Na diversidade valoriza-se a dimensão das múltiplas leituras da realidade e a conseqüente ampliação das possibilidades de comunicação e relacionamento entre as pessoas. Tendo em vista este aspecto e obedecendo aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) no que refere à educação física que inclui as lutas e suas práticas nos conteúdos da educação física escolar, este artigo tem o propósito de esclarecer a real posição desta modalidade no contexto atual da educação física escolar. Como professor de educação física escolar há 14 anos, utilizamos a prática das lutas como mais um meio de atingir os objetivos gerais da educação física. Continuamos a utilizar, contudo, os esportes com bola, as ginásticas, o atletismo, a dança, os jogos e brincadeiras, enfim, todos os conteúdos que os profissionais da área estão acostumados, mas temos recorrido também às atividades de lutas. Não estamos aqui nos referindo somente as modalidades de lutas tradicionais (judô, karate, kung fu, etc.), mas também a prática da luta informal. Lecionamos a disciplina de educação física desde a educação infantil até o ensino médio e podemos comprovar que as lutas são sucesso em todos estes níveis. Na educação infantil, as lutas de animais (luta de sapo, luta do jacaré, etc.) ou a luta do saci tem ajudado muito na liberação de agressividade das crianças, além de serem trabalhadas nestas atividades todos os fatores psicomotores. No ensino fundamental, lutas que requerem um maior esforço trazem excelentes respostas, como a luta do “empurra e puxa” ou o “uga-uga” (tirar o colega de dentro do círculo central). No ensino médio fazemos um resgate histórico das modalidades, ligamos com a ética e os valores, as modalidades começam a ser exploradas de uma maneira mais profunda,