A teoria das janelas quebradas
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A Teoria das Janelas quebradas, idealizada pelo cientista político James Q. Wilson, e pelo criminologista George Kelling, surgiu através de experimentos sociais que visavam definir o que tornava um ambiente mais suscetível à germinação do crime do que outros. No mais proeminente deles, psicólogos colocaram dois carros de luxo em bairros distintos economicamente. No bairro mais pobre, após as janelas terem sido quebradas, o carro foi rapidamente “depenado”, enquanto com o outro veículo nada aconteceu. Basicamente, eles defendem que ambientes onde delitos, ainda que pequenos (como quebrar janelas alheias, propriamente), não sendo combatidos e punidos, geram margem de existência a outros delitos da mesma esfera, que por sua vez incentivariam delitos maiores, infiltrando quebra de caráter e decadência naquele meio social. Depredação de praças, por exemplo, iriam acabar afastando as pessoas daqueles arredores, deixando margem à ocupação de delinquentes, que tomariam o lugar, fazendo dele lar de criminosos.
Tal teoria influenciou a chamada “política da tolerância zero”, adotada pelos Estados Unidos, e que consiste em punir todos os delitos, por menor que eles sejam, com veemência. Num país recém saído de um período de ditadura, como o Brasil, a aplicação desta teoria seria difícil, pois qualquer resposta mais forte por parte do Estado, tenderia a ser considerada como autoritária por grande parte da opinião pública.
Já a teoria restaurativa, ao contrário da explicada anteriormente, não tenta procurar soluções para o crime através das causas, ou do pré-delito, e sim após a ocorrência destes. Tem conceituação difícil de ser dada, pois ainda é uma ideia em construção. Basicamente, ela divide o ônus da reparação do crime entre todos os envolvidos, demonstrando que a cura para os traumas do delito não são curados por punir o criminoso, e sim por, de certa forma, tornar-se antídoto da causa, transformando-o através da compreensão, inicialmente prestada pela própria vítima.