A subjetividade como anomalia

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A SUBJETIVIDADE COMO ANOMALIA: CONTRIBUIÇÕES EPISTEMOLÓGICAS PARA A CRÍTICA DO MODELO BIOMÉDICO

Vários problemas tornam-se aparentes no campo da prática biomédica, a insatisfação de pacientes e médicos, como os custos crescentes nos tratamentos e exames, a competição entre os próprios profissionais da área, a precariedade dos programas de saúde é um dos graves problemas. Entretanto, parecem se banalizar, dada a freqüência com a qual somos confrontados no cotidiano.
É inegável que maiores investimentos no setor, melhor estruturação do sistema e melhorias na gestão teriam um impacto positivo e produziriam resultados mais satisfatórios na situação médico-sanitária atual.
Embora as relações entre saber e prática no domínio da biomedicina sejam mais sutis e confusas do que o discurso de auto-apresentação dos manuais médicos poderia levar a supor, a dimensão epistemológica segue se impondo, no mínimo, como norma técnica de legitimação e validação da ação médica. Parece-nos plausível e empregar noções-chave que emergem dos modelos kuhniano e fleckiano para estudar a interação saber-prática no domínio da atividade profissional do médico, por supormos que a mesma é ao menos análoga aquela dos cientistas no seu fazer. Supondo como Kuhn, a ciência como um empreendimento apenas parcialmente racional, e considerar o paradigma como determinante fundamental na forma como o cientista percebe o mundo, abre novas perspectivas no estudo.
Ao fazermos um breve histórico, podemos identificar que no início do século 20 existiram as primeiras manifestações negativas no interior da medicina sobre a forma em que esta se achava constituída, privilegiando-se a doença e não o doente.
No Brasil, a medicina psicossomática se propagou por intermédio de Perestrello e trouxe para o centro do debate as principais questões abordadas por Balint. Contudo, estas propostas, apesar de inicialmente se mostrarem revolucionárias, foram perdendo força ao longo de seu percurso e hoje demonstram pouco

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