A sociologia na contemporaniedade
A globalização do mundo recria o objeto da sociologia e exige a recriação do seu método. Na medida em que as configurações e os movimentos da sociedade global abalam os quadros de referências sociais e mentais de uns e outros, em todos os lugares, nos quatro cantos do mundo, nessa mesma medida muito do que se sabia pode ser repensado novamente. E muito do que não se sabe, porque é novo e desconhecido, precisa ser pensado de modo original, como primordial.
Como a globalização abala quadros sociais e mentais de referências, os horizontes que se abrem com esse vasto, complexo e surpreendente processo permitem repensar criticamente os conhecimentos já acumulados sobre a sociedade nacional e o indivíduo, além de outros emblemas que aparecem na história da sociologia. Repensar e reconhecer que a sociedade nacional e o indivíduo, bem como outras realidades sociais, mudaram de figura, transformaram-se mais ou menos profundamente; na mesma medida em que se inserem em uma realidade social mais ampla, complexa, surpreendente e contraditória.
Mais uma vez, fica evidente que sociologia pode ser vista como uma forma de autoconsciência da realidade social. Essa realidade pode ser local, nacional, regional ou mundial, micro ou macro, mas cabe sempre a possibilidade de que ela possa pensar-se criticamente, com base nos recursos tecnológicos e epistemológicos que constituem a sociologia como disciplina científica. Isso significa que a sociologia tem contribuído para pensar e constituir a sociedade nacional em várias modalidades, compreendendo a sociedade civil e o Estado, os grupos sociais e as classes sociais, os movimentos e as correntes de opiniões públicas, as formas de integração e os modos de antagonismo, as tensões e as lutas, as reformas e as revoluções, as tiranias e as democracias. Ela tem colaborado para pensar e constituir o indivíduo e a pessoa, o súdito e o cidadão, a consciência moral e a autoconsciência, a alienação e a