A sociedade salarial
Condição proletária, condição operária e condição salarial: três formas dominantes de cristalização das relações de trabalho na sociedade industrial , e formas de relação que o mundo do trabalho mantém com a sociedade global. A condição proletária representa uma situação de quase exclusão do corpo social. O proletário, elo essencial no processo de industrialização, trabalha para se reproduzir. No entanto, não era de praxe comparar as situações burguês – proletário, o mundo era clivado pela dupla oposição do capital e do trabalho, da seguridade – propriedade e da vulnerabilidade de massa. A “questão social” é a tomada de consciência dessa fratura central que pode levar à dissociação do conjunto da sociedade. A condição operária com a sociedade é mais complexa. O salário deixa de ser uma atribuição pontual de uma tarefa. Assegura direitos, dá acessos a subvenções extra trabalho e permite uma participação ampliada na vida social (consumo, habitação, lazer, instrução – todos precários). Acontece um tipo de integração na subordinação. A condição de assalariado correspondia essencialmente ao conjunto de assalariados operários até a década de 30, mas a relação dominantes – subordinados compreende zonas interseqüentes através das quais a classe operária vive a participação na subordinação. É por isso que a estrutura de integração é instável. O momento em que se estrutura a classe operária é também o momento em que se afirma a consciência de classe: eles e nós. O advento da sociedade salarial não será triunfo da condição operaria. Os trabalhadores braçais foram menos vencidos numa luta de classes do que ultrapassados pela generalização da condição de assalariado. Se todo mundo é assalariado, é a partir da posição ocupação na condição salarial que se define a identidade social. A escala sócia comporta uma graduação crescente em que os assalariados penduram sua identidade, sublinhando sua diferença em relação ao escalão inferior e aspirando ao