robert castel sociedade salarial
Robert Castel
É importante entender como os trabalhadores saem da situação de completa miséria para a situação do consumo de massa.
A relação salarial é próprio do capitalismo e se desenvolve em três condições.
Três condições que os trabalhadores passam desde a industrialização ao fordismo:
1. Condição proletária: precariedade completa do operário.
a. Renda mínima para que o trabalhador possa sobreviver e reproduzir a sua existência, mas que não dá condições para o consumo.
b. Ausência completa de seguridade, de garantias.
c. A disciplina de trabalho é completamente “lábil”, o trabalhador trabalha por tarefas.
2. Condição operária: o operário está mais integrado na vida social, tendo acesso ao consumo, a alguns direitos concedidos pelo Estado, possui algumas garantias e tem permissão de organização social, e greve. Representa uma condição um pouco mais estabilizada. Passam a ter férias remuneradas, permitindo que os operários vivam, por alguns dias, que um burguês. Começa a surgir o acesso dos trabalhadores a uma série de modos de vida que eram exclusivos da classe burguesa. No entanto, as condições dos modos de vida são diferentes, uma vez que os trabalhadores estão constantemente em condição de subordinados. O consumo é de massa; a educação é primária; a moradia não é burguesa, e sim popular. Os operários possuem o acesso ao consumo, mas não é o mesmo acesso que a burguesia, podem consumir somente aquilo que está dentro de suas limitações econômicas. Fica claro para a classe operária que eles conquistaram uma integração à sociedade, mais acesso, através de lutas políticas, porém integrado em uma posição subordinada. Os trabalhadores passam a questionar e a perceber nesse período (anos 1930) que eles tem poder político, que eles podem conquistar mais direitos, que possuem força política. Percebem que se organizando politicamente eles podem transformar a sociedade, mas percebem também, que sua participação é subordinada na