A Sociedade Global
Capítulo 3 (A história da mundialização)
Para o autor, a história da mundialização – e, por consequência, da globalização – é a história do capitalismo (entendido e reiterado pelo autor como um processo civilizatório universal).
A tendência inerente a esse modo de produção e de vida a se expandir revela-se bastante acentuada neste início de século. Apesar de seus ciclos de crise e contradições, o sistema se recria e se generaliza em âmbito global 53.
Algumas de suas principais características são: em primeiro lugar, ele expande-se continuamente pelo globo, atravessando mares e fronteiras, desconhecendo limites geográficos e culturais; em segundo, é um sistema dinâmico de produção e reprodução de formas produtivas e de modo de vida, de maneira que traduz ciência em tecnologia avançada, provoca aumento da composição orgânica do capital, sofistica a divisão do trabalho social e a especialização da força de trabalho, robotiza e informatiza organizações e atividades econômicas, sociais, culturais e políticas, além de se expressar no dinamismo do capital 54;
A rigor, a história do capitalismo pode ser vista como a história da mundialização, da globalização do mundo. Um processo histórico de larga duração, com ciclos de expansão e retração, ruptura e reorientação 55.
A globalização que se acha em curso nesta altura da história apresenta características muito especiais. Primeiro, a energia nuclear tornou-se a mais poderosa técnica de guerra; segundo, a revolução informática baseada nas conquistas da eletrônica coloca nas mãos dos donos do poder uma capacidade excepcional de formas e informar, induzir e seduzir, talvez jamais alcançada anteriormente na mesma escala 57; terceiro, organiza-se um sistema financeiro internacional, em conformidade com as exigências da economia capitalista mundial e de acordo com as determinações dos países dominantes, tais como EUA, Japão e a Alemanha,