A sociedade dos loucos
Por: Fernando Inácio
Na sociedade de ontem e de hoje, pensar constitui um meio de sobrevivência e uma condição sine qua non para o desenvolvimento dos seres humanos, por outro lado constitui uma maneira de estar ligado ao mundo e o mundo ao ser pensante. Pensar e falar é uma exigência da sociedade antiga, do passado e do presente e, o não pensar constitui uma violência as faculdades mentais dos seres humanos e um atentado contra a existência de todos homens que estejam em pleno uso destas.
E estando nós em plena liberdade de gozar das nossas faculdades mentais, procuramos trazer um olhar rigoroso sobre a nossa cidade capital, no que diz respeito ao estado de organização em que se encontra, e, para melhor reflexão, trago como base o pensamento de filósofos como Thomas Hobbes, na sua obra o Leviatã, que narra dois tipos de estado, o de Natureza e o Civil, o primeiro sendo caracterizado por anarquia, competição, desconfiança, a procura de glória, a guerra de todos contra todos, sendo aqui o homem egoísta, mesquinho, ganancioso, conflituoso… e o civil sendo aquele em que o homem reuni os seus direitos em benefício da paz para evitar a guerra. Por outro lado buscamos a reflexão de Jean-Jacques Rousseau sobre o Estado de Natureza que o considera como um paraíso perfeito, onde o homem é feliz, livre, contemplador da natureza, faz o que quer e tudo lhe corre bem, só que este homem é corrompido pela sociedade ou Civilização. O que interessa para a nossa reflexão são as características do primeiro estado, o da natureza e o que leva os homens a sair do estado da felicidade para o de guerra, pois, olhando literalmente para a cidade de Maputo parece-nos que voltamos a este tipo de estado.
Partindo do princípio de que a desordem é uma das característica basilares do estado de natureza em Hobbes e a corrupção em Rousseau, podemos considerar que estamos perante a uma sociedade de loucos no sentido de que a anarquia e corrupção é nestas cidades um