O lugar do doente mental na sociedade contemporânea a partir de uma visão teórica e prática sobre loucura e a reforma psiquiátrica no campo da saúde mental.
Ana Carolina Teles dos Santos
Ana Célia de Oliveira Cardoso
Sara Cunha Bastos
Resumo: O presente artigo visa incitar uma discussão acerca do louco e da loucura, analisando a forma que ele era visto em determinados momentos históricos e entendendo os deslocamentos desse ‘outro de nós’. Através de um levantamento bibliográfico contemplando os estudiosos Foucault, Roberto Machado, Charles Feitosa, entre outros; e contando com entrevistas semi-estruturadas feitas com profissionais da saúde mental das instituições Hospital Saúde Mental de Messejana (HSMM) pudemos isolar os assuntos que pretendemos discutir em tal artigo, a saber: o louco, reforma psiquiátrica, exclusão e inclusão. A Reforma Psiquiátrica se tornou no Brasil um movimento que tem como objetivo a inclusão do portador de transtornos mentais, porém, a prática nos mostra que tal inclusão não está funcionando. Concluímos que não basta acabar com os muros físicos dos manicômios, mas sim derrubar os muros ‘invisíveis’ que separam o louco de nós. Também, é necessário que exista um movimento de aceitação das diferenças e uma forma de intervenção em tais sujeitos que exaltem tais diferenças, possibilitando cada um ser da maneira que lhe é possível, sem a necessidade de levar ninguém a determinada ‘norma’ imposta por um saber. Concluímos que É preciso liberar o pensamento dessa racionalidade carcerária, é preciso demonstrar essa racionalidade, é preciso deixar nosso pensamento ser invadido pela desrazão.
Palavras-chave: loucura;deslocamentos;louco;manicômios;inclusão.
INTRODUÇÃO
A forma de obter conhecimento sobre o normal e patológico, onde sua característica fundamental é baseada na maneira como os indivíduos vivem no mundo e os modos como se relacionam entre si. São as práticas psicopatológicas e a cultura que são