Qual a cor de minha aura? Reflexões sobre a potencia da loucura de Arthur Bispo do Rosário
Qual a cor de minha aura?
Reflexões a respeito da potência da loucura de Arthur Bispo do Rosario.
DEDICATORIA MAIS QUE ESPECIAL:
Dedico este trabalho a memória de Celina Ramos , irmã de meu avô paterno, mas conhecida como Tia Neném, figura folclórica de minha terra natal (Baião-Pa), que durante anos de sua vida espalhou demência, divertiu meninos e meninas de minha época, assombrou a imaginação da pequena cidade de Baião.
Tia Neném, andarilha errante em sua nau de poeira, louca, demente, doida, enfim, durante muito tempo andou vagando pelas ruas da cidade sem rumo, sem direção e poucas vezes acertou seu caminho de ida e volta.
Tia Neném é assim, como muita gente que conheço, nunca sabe onde está e nem para onde vai - ISSO É LOUCURA!
A você o meu muito obrigado, por ter sido parte da minha infância, mesmo louca, encontrei em ti toda a minha lucidez e ludicidade. Muito obrigado por me ensinar a ver magia na loucura e não somente degenerescência. Eis o porquê da escolha desse tema.
Qual a cor de minha aura?
Reflexões a respeito de Arthur Bispo do Rosario.
Stéfano da Paixão Santos.
Resumo: Este artigo tem como objeto de estudo a vida e a obra de Arthur Bispo do Rosario, na tentativa de buscar outro olhar acerca do fenômeno da loucura. Tal objeto serve aqui como pretexto para falar da possibilidade de participação social, através da arte e da cultura. Longe de ser uma reflexão acerca da obra artística de Bispo do Rosario, de estabelecer conceitos, parâmetros estetas, estilos, ou julgamento de suas obras. Mas sim, uma reflexão a respeito do ser social encontrado em Arthur Bispo do Rosario.
PALAVRAS-CHAVE: Loucura, Estigma, Exclusão, Participação Social, Arte.
INTRODUÇÃO A loucura não é um fenômeno contemporâneo. Ao contrario, ela é tão antiga e acompanha toda a trajetória da humanidade. Todavia, cada tipo