A sociedade de consumo
Nova arte de viver, nova maneira de viver, dizem as publicidades, o ambiente quotidiano que se respira: pode fazer shopping agradável no mesmo local climatizado, comprar de uma só vez as provisões alimentares, os objetos destinados ao apartamento e à casa de campo, os vestidos, as flores, o último romance ou a última quinquilharia, enquanto marido e filhos vêem um filme ou almoçam todos ali mesmo, etc” (BAUDRILLARD 2008:17)
As comunicações de massa não nos oferecem a realidade mas a vertigem da realidade [...] Vivemos desta maneira ao abrigo dos signos e na recusa do real. Segurança miraculosa: ao contemplarmos as imagens do mundo, quem distinguirá esta breve irrupção da realidade do prazer profundo de nela não participar. A imagem, o signo, a mensagem, tudo o que consumimos, é a própria tranqüilidade selada pela distância ao mundo e que ilude, mas do que compromete, a alusão violenta ao real. (BAUDRILLARD 2008:25-26)
A produtividade, enquanto obsessão coletiva consignada nos livros de contas, desempenha antes de mais a função social de mito. Para alimentar semelhante mito, tudo é bom, mesmo a inversão de realidades objetivas, que introduzem a contradição nos números que a sancionam. (BAUDRILLARD 2008:37)
Todas as sociedades desperdiçaram, dilapidaram, gastaram e consumiram sempre além do estriti necessário, pela simples razão de que é no consumo do excedente e do supérfluo que tanto o individuo como a sociedade, se sentem não só existir, mas viver. (BAUDRILLARD 2008:40)
A noção de utilidade é substituída pela produção de valores:
A noção de utilidade, de origem racionalista e economista, tem portanto de rever-se segundo uma lógica