Hegel
Um ponto básico da filosofia hegeliana diz respeito justamente a esse movimento da realidade. A realidade, enquanto espírito possui uma vida própria, um movimento dialético. Por movimento dialético, Hegel quer caracterizar os diversos momentos sucessivos pelos quais determinada realidade se apresenta. Nesse exemplo, Hegel ressalta que a realidade não é estática, mas dinâmica, e em seu movimento apresenta momentos que se contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um crescente enriquecimento, esse desenvolvimento, que se faz através do embate e da superação de contradições, Hegel denominou dialética. Embora esse termo apareça já na Antiguidade, com Platão, em Hegel o conceito de dialética se aplica a algo totalmente distinto: não é um método ou uma forma de pensar a realidade, mas sim o movimento real da realidade. Por isso, para compreender a realidade, o pensamento também deve ser dialético. Hegel compreende esse movimento do real, ou do Espírito que se realiza, como um movimento que se processa em três momentos: o primeiro, do ser em-si; o segundo, do ser outro ou fora-de-si; e o terceiro, que seria o retorno, do ser para-si. A realidade, para Hegel é um contínuo devir, na qual um momento prepara o outro ma, para esse outro momento aconteça, o anterior tem de ser negado. Esses três momentos são comumente chamados de tese, antítese e síntese.
Compreender a dialética da realidade, segundo Hegel, exige um trabalho árduo da razão, que deve se afastar do entendimento comum e se colocar do ponto