A sociedade como problema
O ambiente tanto de Manchester, descrito no livro “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, de Friedrich Engels como do filme de Mary Shalley retrata uma sociedade no inicio do processo industrial que alavancou traços de uma era moderna ainda presente na atualidade. Na obra de ambos, são utilizados recursos para inserção das opiniões à respeito de suas respectivas visões de mundo.
Em Manchester, F. Engels utiliza da descrição da cidade para fazer uma critica tanto direta quanto indireta, da relação entre a burguesia e os trabalhadores, assim como os espaços que estes ocupam na cidade. A crítica principal se fundamenta na formação dos bairros da cidade que gera uma discrepância social. A denuncia das condições precárias de vida dos trabalhadores revela a pratica dos burgueses de isolar este extrato social em condições inabitáveis para qualquer ser com um vestígio de civilização.
A transição de uma era agraria para outra de modernização e urbanização, que trouxe as cidades como cenário principal, necessitava mão de obra para produzir nas fábricas, assim, no caso de Manchester, os antigos servos e muitos irlandeses foram trazidos para trabalhar e ocuparam as áreas mais antigas e desestruturadas das cidades, chegando a viver em labirintos e aglomerados de casas com baixas condições de vida.
A visão de modernidade de F. Engels reflete um pouco de sua trajetória de vida e posição social. Foi um dos fundadores do socialismo cientifico o que justifica sua preocupação com a classe trabalhadora das cidades. Dessa forma, a sua descrição da cidade se incorpora a sua visão de modernidade, já que como defensor do marxismo tenta mostrar concomitantemente a intensa desigualdade e a necessidade de uma reestruturação da realidade.
O filme “Frankenstein de Mary Shelley” traz á tona uma discussão e reflexão sobre o homem em seus primórdios da modernidade, visando através de estudos científicos promover mudanças na vida